Para resolver o problema de falta de água em Porto Belo e Bombinhas, a Companhia Catarinense de Água e Saneamento (Casan) quer captar água no rio Tijucas para abastecer os dois municípios. Segundo o órgão, esta seria a única solução para escassez na temporada de verão. Já existe um projeto pronto, que a Casan apresentou esta semana na Câmara de Vereadores de Tijucas.
O projeto, engavetado desde 2004, está orçado em R$ 60 milhões. Foram estudadas duas rotas para instalar uma adutora que levaria água do rio Tijucas até a Estação de Tratamento de Água de Porto Belo. O mais viável, segundo a Casan, seria instalar a adutora na margem esquerda do rio, em Canelinha. “Tecnicamente, esta é a melhor solução. Ali não sofre influência da maré”, afirma o técnico da Casan, engenheiro Fernando Clarck Nunes.
Segundo ele, o rio Perequê está no limite. “Porto Belo e Bombinhas precisam urgente de disponibilidade de água de outros rios. No verão, já é histórica a falta de água. O problema vai se agravar cada vez mais”, aposta. Nunes acredita que, no futuro, a água do rio Tijucas será solução para o abastecimento de Florianópolis. “O rio Tijucas tem excelente qualidade de água”, afirma.
O projeto prevê a retirada de 700 litros de água por segundo. “Vamos retirar apenas uma gota d’água do rio. A disponibilidade dele é de 7 mil litros por segundo. Não vai gerar impactos”, defende. De acordo com Nunes, o projeto precisa passar por algumas adaptações para iniciar a fase de captação de recursos.
TEM QUE CONVERSAR
Apesar do projeto estar adiantado, o prefeito de Tijucas, Valério Tomazi, afirma que a prefeitura nunca foi consultada pela Casan. O sistema para a captação de água passaria por dentro do município. “Nós não queremos que Porto Belo e Bombinhas fique sem água. Mas a Casan quer entrar em Tijucas, fazer interferências, quebrar ruas e sequer vem consultar o município? Se o projeto for o mesmo de 2004 está fadado ao fracasso. Nós precisamos ser ouvidos para escolher o melhor traçado”, ressalta.
O engenheiro da Casan garante que, se o sistema passar pelas ruas de Tijucas, será feito um acordo e haverá medidas de compensação para município. “Haverá um transtorno temporário, mas vamos tentar minimizar. É para um bem maior”, justifica Nunes.
COM PÉ ATRÁS
O prefeito de Porto Belo, Evaldo José Guerreiro, quer resolver o problema de água na cidade, mas tem os pés atrás com a Casan. “Porto Belo se atrelou à Casan pela relação fraterna que tem com os outros municípios. Precisamos estar juntos para resolver o problema do abastecimento. Mas, em Porto Belo, eles não conseguem nos avisar quando vão abrir um buraco”, reclama.
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