Elmis Mannrich é, até o momento, o único prefeito reeleito em Tijucas. Ano passado, tentou disputar o cargo de deputado estadual. Mas não fez votos suficientes para ocupar uma das cadeiras na Assembleia Legislativa de Santa Catarina. E, agora, é presidente do Instituto de Metrologia do estado (Imetro). Em entrevista ao jornal DAQUI, falou sobre o desafio de ocupar um cargo no governo estadual e analisou o cenário político dentro do PMDB de Tijucas.
DAQUI – Assumir um cargo no comando do Imetro não parecia estar nos seus planos. Como foi encarar esta nova função?
Elmis – Foi interessante. O convite partiu do governador Raimundo Colombo e do vice, Eduardo Pinho Moreira. Não estava previsto e eu não procurei. É uma nova fase na minha vida. Nunca participei de uma administração pública em nível estadual. E ali tem um fator interessante, porque é um órgão federal, mas com delegação em nível de estado. Nesses cinco meses que estou lá, conseguimos economizar no custeio, tivemos um aumento na arrecadação em 38,2%, que foi a maior arrecadação no Brasil em termos percentual. Mas também tem as dificuldades. O governo federal está numa recessão muito grande, houve corte no orçamento. Foi solicitado para voltarmos para o orçamento de 2013, com uma redução de 26%, inclusive tive que demitir 14 funcionários. Uma situação delicada, mas espero que seja momentâneo.
DAQUI – Muitas reivindicações de Tijucas e região são voltadas ao governo estadual – como a questão da segurança pública e a situação de algumas rodovias. Fazendo parte da equipe do Estado, o senhor tem conseguido ajudar na articulação para a resolução destes pedidos?
Elmis – Por enquanto ainda sou limitado, mas tenho amizades e influências no governo do estado, principalmente através do PMDB e do próprio Raimundo Colombo. Sempre levamos a eles a preocupação da nossa região, as obras que precisam ser feitas aqui. Estamos sempre tentando reivindicar melhorias para a nossa região.
DAQUI – O senhor se arrependeu de, ano passado, ter sido candidato a deputado estadual? Aquele entrave judicial na sua candidatura atrapalhou no resultado?
Elmis – Eu nunca me arrependi. Sempre coloquei bem claro, e coloco ainda, a necessidade do Vale do Rio Tijucas e Costa Esmeralda ter um representante na Assembleia Legislativa. Alguém com identidade, com compromisso e que conheça a realidade da nossa região. De forma nenhuma me arrependi de ter colocado meu nome à disposição. Mas teve um fato lamentável, que foi aquela decisão monocrática da ministra em Brasília, no dia 18 de setembro, poucos dias antes da eleição, que praticamente fulminou com a minha candidatura. Fomos para a urna com a candidatura indeferida, ou seja, cassada, mesmo tendo a certeza que isso seria revertido. Como foi. Após 15 dias ela voltou atrás da decisão, disse que tinha um erro, e monocraticamente voltou atrás. Houve uma perda muito grande. Mas faz parte do processo, parte do jogo democrático.
DAQUI – Olhando de fora da administração municipal, como o senhor avalia a atual situação de Tijucas?
Elmis – Quando falar do município de Tijucas, temos também que ver o quadro nacional e estadual. Não estamos passando um momento fácil. O Valério tem se esforçado em ações, em buscar através de emendas e em parcerias com o governo do estado obras importantes. Mas ele está passando por dificuldades, que é uma questão de conjuntura nacional. Também, por outro lado, cada um tem uma forma de administrar. Eu tive oportunidade de administrar Tijucas por oito anos e conseguimos fazer o sucessor, que foi o Valério Tomazi. Mas cada um tem um perfil, um jeito de tocar as coisas, de atender a comunidade, de se fazer presente na comunidade... Mas, com relação à administração, ele tem se esforçado e trabalhado em prol de Tijucas. Agora, ele tem essas circunstâncias que não são favoráveis para os administradores.
DAQUI – O PMDB já trabalha para a reeleição do atual prefeito? O partido vai lançar a candidatura de Valério Tomazi?
Elmis – É muito cedo ainda. Mas o Valério é o candidato natural à reeleição. Existem outras tendências. Existem outros segmentos dentro do partido que buscam outras alternativas. Só que ele, como prefeito, e tendo a questão eleitoral ao seu favor porque ainda pode ir à reeleição, é o candidato natural do partido. Mas existem outras correntes dentro do PMDB se movimentando. [E seus planos: ser candidato ano que vem ou na próxima eleição estadual?] Tudo pode acontecer. Hoje, meu projeto é ficar no governo do estado. Tenho o compromisso com o governador em ficar no Imetro. Mas o futuro a Deus pertence. A gente nunca sabe.
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