Especialista diz que incêndio no Mata Atlântica aconteceu de forma natural, devido ao alto grau de combustão da vegetação
Casos de incêndios florestais foram registrados, em momentos simultâneos, em municípios da região. E isso colocou as autoridades em alerta para o assunto. Com objetivo de encontrar soluções para as queimadas na região do Vale do Rio Tijucas neste período de estiagem, ocorreu uma reunião com órgãos de segurança e especialistas em Meio Ambiente na prefeitura de Nova Trento.
Tijucas esteve representada neste encontro pela coordenadora municipal da Defesa Civil, Sheila Dias, e pela engenheira ambiental da secretaria de Agricultura, Pesca e Meio Ambiente, Letícia Tomasi. “Neste período de seca e estiagem, a falta de informação e a imprudência resultam em altos índices de incêndios em todo o Estado. Essa reunião foi importante para somar forças no combate a essas ações que, além de criminosas, geram sérios riscos ao meio ambiente”, comentou Sheila.
Tijucas vai lançar, em breve, uma campanha de conscientização sobre o tema, destacando a importância da cautela neste período em que a vegetação permanece seca e suscetível a queimadas. “Os incêndios florestais têm trazido grandes preocupações nas últimas semanas. Alguns, como foi o caso das turfas em área próxima ao Mata Atlântica, acontecem de forma natural, devido ao alto grau de combustão da vegetação. Porém, infelizmente existem os incêndios intencionais, com objetivo de limpeza de terrenos, ou pior, queima de lixo. Nestes casos, a queimada, e principalmente, a fumaça, provocam poluição atmosférica e danos irreversíveis para a fauna e flora”, reitera a engenheira ambiental do Município.
De acordo com Eduardo Fabris da Silva, presidente do colegiado de Defesa Civil de Florianópolis, a gravidade de um incêndio florestal não atinge somente a saúde pública, afinal, prejudica também o desenvolvimento saudável do ecossistema. “Fauna e flora pedem socorro, é preciso ter cuidado e responsabilidade na hora de manusear o fogo”, afirmou.
Segundo estudos realizados pelo Corpo de Bombeiros, 90% dos incêndios florestais são de origem criminosa, um dado extremamente perigoso e preocupante. O tenente do Corpo de Bombeiros, Bruno Cesar, destaca a dificuldade em controlar um incêndio: além do acesso irregular, a propagação é rápida e os equipamentos de proteção individual não são compatíveis no enfrentamento ao fogo. “É fundamental o entendimento e bom senso das pessoas quando fizerem uso do fogo. Uma fagulha percorre até 50 metros. Quando somos acionados, mobilizamos todo nosso efetivo para atender a ocorrência, desfalcando a equipe para outros atendimentos emergenciais”, pondera.
A Polícia Militar Estadual, através do Capitão Favoretto, Comandante da Polícia Militar do Vale do Rio Tijucas, ressalta que incêndios florestais são considerados crime ambiental, passível de prisão. “Ocorrências desta natureza são difíceis de efetuar o flagrante, a participação efetiva da comunidade na fiscalização auxilia muito a Polícia Militar. Entendemos que ações preventivas de educação e orientação funcionam e tem um grande alcance”, explica o comandante.
- Evite jogar bitucas de cigarro no chão;
- Não faça fogueiras próximas à vegetação;
- Capine a área perto de sua casa;
- Se possível, molhe faixas de terra seca;
- Nunca use fogo para queima de lixo ou para a limpeza de plantação.
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