A caminho do hospital para bater o sino, família colocou mensagem no carro: “venci 77 quimios! Hoje vou bater o sino da vitória!”
Qual mãe não daria tudo para trazer para si qualquer sofrimento que atinge o filho? Mas, isso não é possível. O que se pode fazer é estar firme para encararem, juntos, qualquer batalha. Foi assim que, muitas vezes, a professora Marluci Hoffmann sorriu quando, por dentro, desmoronava. Queria passar a força para o filho caçula, João Pedro, que descobriu o câncer no cérebro quando tinha apenas sete anos de vida. “Em nenhum momento passava pela minha cabeça que não daria certo. Minha Nossa Senhora Aparecida não me abandonaria. Eu pedia a Ela que intercedesse, que jogasse seu manto e acompanhasse meu filho como se fosse o Dela”, recorda.
Quase dois anos – e 77 sessões de quimioterapia depois – João Pedro, de 9 anos, enfim conseguiu atingir o sonho de quem está na luta contra o câncer: bateu o sino. Está livre! Se a notícia já traz alegria e enche o coração de esperança a quem acompanhou e torceu durante a luta, imagina para a família.
Era 20 de maio quando João Pedro foi para uma consulta que confirmaria o fim das sessões de quimioterapias e, enfim, iria realizar o sonho de tocar aquele sino – em badaladas que simbolizavam, para ele e para a família, a vitória; mas também representava a inspiração para outros pequenos que, ainda, lutam contra o câncer. “Para ele, tudo só acabaria quando batesse o sino. Enquanto todos vinham para assistir esse momento, médicos e até pacientes, vimos três crianças em tratamento assistindo. Falei para elas que era o momento de verem que é possível, porque irá chegar a vez delas também!”, comenta Marluci.
Com o fim da quimioterapia, João Pedro seguirá fazendo exames e tendo acompanhamento médico periódico, até porque, no caso dele, os tumores estão em uma área do cérebro que não permite que os cirurgiões operem. Mesmo que os médicos não usem o termo, fica claro à família, nas atitudes e confidências, que o menino é um milagre. “Um dos médicos, que acompanhou o início do caso do João, falou que na primeira cirurgia, quando viram a situação, esperaram pelo pior. Tentavam se preparar para dar a notícia para nós”, conta a mãe.
No entanto, o menino lutou bravamente. E seguiu firme. Superou vários momentos difíceis. E reagia de forma surpreendente aos médicos que, inclusive, esperavam por sequelas. “Em seis meses o João estava caminhando, a fala também voltou automaticamente. Os médicos nos falavam que era uma recuperação impressionante”, salienta, emocionada em recordar as tantas dificuldades superadas.
FORÇA DA ORAÇÃO
Marluci conta que sempre se agarrou à fé. Que nos momentos difíceis, era nas orações que encontrava forças. E não apenas às feitas por ela. Mas também às correntes de orações feitas por familiares, amigos e até mesmo por pessoas que nem os conheciam pessoalmente, mas que se solidarizavam com a luta do menino. “Nossa lista de gratidão é gigante. Aos médicos e toda equipe do hospital que sempre nos trataram de forma tão humana nesse momento tão duro, como também a todos que se uniram a nós em oração. Porque esta energia nos dava forças para continuar”, destaca, com o olhar de quem gostaria de retribuir a cada um com um abraço. No entanto, mal sabe ela, que o sorriso de João Pedro e da família já são o carinho que cada uma destas pessoas esperava. Estão todos felizes e abraçados.
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