O Hospital São José e Maternidade Chiquinha Gallotti, de Tijucas, entrou na pauta da Câmara de Vereadores. Foi aprovado, por unanimidade, pedido feito pelo parlamentar (e ex-secretário municipal de Saúde) Serginho Cordeiro. Ele quer promover um debate em que sejam levantados dados e pedidos para serem encaminhados à secretaria estadual de Saúde. Ainda não tem data definida para a realização da audiência pública.
Na argumentação antes da votação do requerimento, Serginho explicou que a intenção não é trazer representantes do governo do estado para o debate. Mas, sim, chegar ao consenso de quais serão os pedidos que precisarão encaminhar ao secretário João Paulo Kleinubing para garantir melhor atendimento no hospital de Tijucas. “Precisamos de informações precisas de qual seria o custo par dobrar o atendimento na emergência e o que precisa para equipar as salas de cirurgia”, ressalta o vereador. Ele destacou que o centro cirúrgico, atualmente, fica ocioso em 80% do tempo.
CAMPANHA POR MELHORIAS
Na próxima segunda-feira, a Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos dará início a um movimento nacional para discutir e tornar público a situação das instituições hospitalares no Brasil. Tijucas irá participar. “Temos também como objetivo esclarecer os efeitos do processo gradativo de falência da rede filantrópica voltada a prestar serviços ao SUS, acarretando no abandono social e desassistência da população”, salienta o gestor Administrativo do Hospital São José, Vagner Vicheli dos Anjos. Ele acredita que um dos grandes problemas enfrentados hoje é o valor pago (aos profissionais e exames) pela tabela do Sistema Único de Saúde (SUS).
ENTREVISTA COM GESTOR DO HOSPITAL, VAGNER DOS ANJOS
DAQUI - O que seria preciso para que o hospital dobrasse o atendimento na emergência?
Vagner - Ficaria melhor qualificar do que dobrar o atendimento. Este ano, realizamos em média 2.700 atendimentos por mês no Pronto Socorro, em média de 50 a 60 % são classificados como não urgentes, dos mais diversos motivos. Nós atendemos no Pronto Socorro muitos pacientes com problemas crônicos de saúde e não urgentes, para estes casos é necessário um acompanhamento do tratamento clínico que não é possível no Pronto Socorro. Precisamos ampliar a discussão entre a comunidade, gestor municipal e prestadores de serviços para definir melhor o papel de cada unidade dentro do Sistema Municipal de Saúde para sermos mais eficientes e resolutivos para a pessoa que busca atendimento.
DAQUI - É possível que as salas de cirurgia sejam mais utilizadas?
Vagner - Contamos com equipamentos de primeira linha em nosso Centro Cirúrgico adquiridos através de emenda parlamentar. Temos dificuldade em conseguir profissionais que queiram atender pela tabela SUS. Hoje dos diversos Cirurgiões que são contratados da Secretaria Municipal de Saúde somente dois realizam cirurgias pelo SUS em nosso hospital. Profissionais que tem consultório privado e atendem em determinado dia da semana, entendo que fica difícil acompanhar o pós-cirúrgico do paciente, por isso preferem realizar o procedimento no município em que o médico reside. Qualquer profissional médico que tiver interesse em realizar cirurgias em nossa instituição basta entregar a documentação para comprovar a capacidade técnica e respeitar as regras da instituição que poderá realizar procedimentos.
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