Dra Ana Paula Pasin Boger
Cresce substancialmente o número de casos de dengue no nosso país. De acordo com o último Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde (de 29 de dezembro de 2019 a 04 de abril de 2020) foram notificados mais de 525 mil novos casos de dengue no Brasil, sendo 181 mortes já contabilizadas e 201 óbitos em investigação. Em Santa Catarina temos 1.509 casos e em Tijucas 17 casos confirmados e 11 aguardando resultados.
A dengue é uma doença infecciosa febril grave causada por um arbovírus. Este vírus e transmitido pela picada de mosquitos da espécie Aedes que também são responsáveis pela transmissão da zica, chikungunya e febre amarela. Existem 4 subtipos da dengue: DEN 1, DEN 2, DEN 3 e DEN4, sendo que cada pessoa pode ter os 4 sorotipos da doença e a infecção por um sorotipo gera imunidade permanente para ele.
A doença pode-se apresentar de diversas formas e o prognóstico é imprevisível. De 4 a 10 dias após a picada do mosquito infectado, pode iniciar um quadro gripal com febre alta, dores de cabeça e atrás dos olhos, dores no corpo e articulações e manchas vermelhas pelo corpo. Na maioria dos casos, tem cura espontânea depois de 10 dias. A principal complicação é o choque hemorrágico, que é quando o paciente perde muito sangue e o coração perde a capacidade de manter a circulação, levando problemas em vários órgãos e podendo levar a morte. Os sinais de alarme que devemos ficar atentos são: dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes, sangramentos de mucosas ou outras hemorragias e manchas na pele.
Não existe um tratamento específico para a dengue. Os tratamentos são de suporte, assim como na maioria das viroses, como: repouso, ingestão de líquidos ou reposição na forma de soro, medicações para dor e febre e evitar medicações que piorem a doença (como AAS/aspirina).
Lembrando que o transmissor (vetor) da dengue precisa de água parada para se proliferar, por isso a importância de fazer a limpeza adequada e eliminar a água parada de pneus, vasos de plantas, garrafas ou outros recipientes que possam servir de reprodução do mosquito. Uso de repelentes, telas de mosquito e roupas compridas também são úteis na prevenção.
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