Estava aqui pensando sobre os sonhos das crianças. Nesta época de Natal, conseguimos conhecer muitos desses desejos e necessidades dos pequenos. E o quanto são coisas tão simples e que bastam as mãos serem estendidas para que elas virem realidade.
É comum, nos dias de hoje, as crianças fazerem cartinhas ao Papai Noel que são adotadas por padrinhos dispostos a dar os presentes pedidos. Na minha infância, não lembro de isso acontecer. Lembro das ações em campos de futebol ou espaços públicos em que nos enfileiravam e distribuíam bolas de plástico e balas... Motivo de muita alegria.
Hoje, ouvindo relatos de algumas cartinhas e de pedidos tão peculiares de algumas crianças, viajei no tempo e lembrei que, com meus oito anos de idade (há mais de duas décadas), também escrevi uma cartinha. Mas não foi para o Papai Noel. Foi para o Silvio Santos, que apresentava o programa Porta da Esperança – em que as pessoas enviavam seus pedidos e quando a porta se abria, descobria se o sonho seria realizado. O que eu pedi? Um jogo de quarto. Morava com meus avós e, na época, minha roupa ficava numa caixa de papelão. Ao invés de pedir só o guarda-roupas resolvi sonhar alto e pedir o quarto completo. Ninguém sabia. Escrevi a carta quietinho e enviei pelos Correios como havia aprendido na escola, em uma visita à agência levado por uma professora dias antes.
Silvio Santos não leu a carta. Não fui chamado. E o sonho ficou por lá. Hoje penso que muitas das coisas que acredito e que me fazem estender a mão ao próximo, tem a ver com as mãos que eu gostaria que tivessem sido estendidas a mim – aquela criança cheia de preocupações e sonhos. Por isso que digo: se você tem a oportunidade de ajudar, se não é para fazer pelo outro, mas faça pela criança que você foi. Faça essa diferença na vida de alguém!
Cláudio Eduardo de Souza – editor do Jornal DAQUI e idealizador de várias CORRENTES DO BEM. Quer ajudar? Entre em contato no (48) 99134-3782.
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