Seria tão bom se pudéssemos optar por essa condição de vida a que seremos expostos, mais cedo ou mais tarde. Para muitas pessoas o processo de tornar-se mais velho é rodeado de tabus, por isso é muito importante conversar e refletir acerca do envelhecer. O que é envelhecer? Quando começa? Quais os riscos? Quando envelheço eu morro? São muitas as perguntas e, para muitas delas, não se tem respostas concretas, pois cada sujeito é um ser único, rodeado de vivências, histórias de vida, opiniões, características próprias, por isso não há uma receita, como as de um bolo, para envelhecer bem.
Desde o momento em que nascemos não paramos de envelhecer, aprender, e de nos desenvolver. Mas esse processo, além de muita sabedoria, experiência de vida e alegrias, traz muitas dificuldades devido ao declínio do estado de saúde físico e mental, como o aparecimento de doenças crônicas – diabetes, pressão alta, entre outras, perda da independência e autonomia. Fica mais difícil vestir aquela roupa preferida, ir caminhando até a casa do filho para o almoço de domingo, enxergar o nome do remédio que tem que tomar ao meio dia e até mesmo tomar banho sozinho. Essas dificuldades em realizar atividades da vida diária são comuns quando chegamos na terceira idade, não é só com você.
Nesse estágio da vida é extremamente necessário termos o apoio da família, sociedade e poder público. Precisamos que a sociedade nos enxergue e nos defenda para que possamos envelhecer com dignidade. Precisamos de acessibilidade para irmos e voltarmos de onde bem entendermos, precisamos de leis que assegurem nossos direitos básicos, como saúde de qualidade, acesso a exames e medicamentos assim que necessário, pois não podemos esperar muito. E ainda, precisamos de cuidados especiais, carinho, respeito, paciência e amor de familiares e amigos.
Tornar-se velho realmente é um processo doloroso, complexo e repleto de novidades para quem o vive e para aqueles que o cercam. Não estamos preparados para lidar com o envelhecer e com as consequências dele. Por isso, muitas vezes, opta-se pela institucionalização dos idosos, as conhecidas casas de repouso, sobre qual falaremos mais numa próxima edição.
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