Por uma questão de segurança, as vítimas preferem não terem a identidade revelada. Ainda estão assustadas com as cenas de terror que viveram no último sábado, logo depois que saiam de um enterro, no bairro Morretes, em Tijucas. Deram carona para um homem e, só depois, já na BR-101, descobriram que era um assalto.
Estavam em três pessoas no carro: o motorista, a esposa e a neta de 11 anos. Era 16h15, quando saíam de um enterro, no bairro Morretes. Iam pegar a BR-101 para voltar para o centro de Tijucas. Viram um homem, aparentemente bem vestido, pedindo carona no ponto de ônibus e resolveram ajudar. “Quando se está num enterro, a gente já sai sensibilizado. Talvez por isso eu não tenha percebido o perigo naquele momento”, conta o motorista.
O assalto só foi anunciado quando a família já estava chegando na ponte sobre o rio Tijucas, no sentido norte. “Eu estava na pista rápida e ele queria que eu parasse, botou a faca na minha neta e me esgoelou. Ele mesmo puxou o freio de mão para parar o carro”, recorda. Com o veículo, um Fiat Uno esportivo, já parado sobre a ponte, a faca foi colocada, então, no pescoço do motorista. A neta e a esposa saíram do carro.
“Eu tentei sair, mas estava de cinto de segurança, esgoelado por ele e com a faca na garganta. Sofri alguns cortes, mas consegui tirar a faca. Eu pedia socorro, só que as pessoas não iam, talvez porque tivessem medo que ele tivesse outra arma”, lembra o motorista. A esta altura, a esposa dele já havia sido levada para o hospital de Tijucas. Tinha passado mal. Ela diz que a sensação de pânico era ainda maior porque não sabia o que tinha acontecido. Temia que o marido tivesse sido ferido ou até morto. O motorista é natural de Tijucas e tem 53 anos. Nunca havia sido assaltado. “Sei que não se deve reagir. Só fiz isso porque ele dizia que me mataria. E eu pensei que ele ia me matar!”, comenta.
JÁ FOI PRESO
Ainda na noite de sábado, o assaltante foi preso. Ele ficou escondido em Governador Celso Ramos, durante o dia. Quando tentava ir para Itajaí, capotou o carro na BR-101. Todo machucado, tentava virar o veículo tombado, alegando aos socorristas que tinha de ir embora antes que a polícia chegasse. Ele recebeu voz de prisão e foi conduzido para a delegacia de Biguaçu. O carro deu perda total. “Agora ele só serve para ferro velho, mas eu tinha seguro. E o pior nem seria perder o bem material. A gente ainda fica com aquela imagem na cabeça”, ressalta.
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