THIAGO FURTADO
Aos 30 anos de idade e licenciado em Música, Guilherme Franzói respira arte. Após uma década de dedicação profissional, ano passado conseguiu realizar o sonho de lançar o primeiro CD: “Hoje é o melhor dia de todos até hoje”, com 11 músicas, todas autorais, algumas em parceria com outros compositores. Além disso, é reconhecido também pela atuação na área da educação musical – atualmente dá aulas para, pelo menos, 200 alunos no CAU de Tijucas, no Colégio Planeta Feliz e é maestro do Coral Anjos Luz Portobello. Ligado às manifestações populares, o músico faz parte do Aquarela Musical, projeto de extensão da Univali, em que trabalha a cultura do boi de mamão em apresentações do Boi Vermelhinho.
“A música sempre esteve presente, desde a minha infância. Meu avô paterno tocava harmônio, acompanhava corais de igreja, e meu avô materno adorava cantar umas modas de viola, tocava pandeiro e uma gaita de boca legal”, conta. A mãe, Meri Teresinha Franzói Bissoli, vivia com o rádio ligado e Guilherme ia absorvendo aquele ambiente. Contando com o apoio da família, começou a cantar no coral Santa Maria Gorete, na igreja.
Na escola, aos 11 ou 12 anos, passou a integrar a banda marcial do CNEC, aprendendo um pouco de cada um dos instrumentos de percussão e sopro. O violão viria pouco tempo depois, também no colégio. Daí para o clássico movimento de arregimentar alguns amigos e montar uma banda foi só o tempo de sentir que os acordes estavam firmes nos dedos. “Naquela época acho que existia umas dez bandas em Tijucas. Todo adolescente queria aprender um instrumento. Era muito bacana, tinha dois ou três festivais que abriam um espaço legal pra gente se apresentar”, recorda. A C4, banda que Guilherme liderava acompanhado dos amigos Auri, Vinícius e Alan, integrava essa cena efervescente que parece ter ficado para trás. “Hoje, quantas bandas existem em Tijucas?”, questiona.
NOVA GERAÇÃO
Guilherme integra uma nova geração de músicos com bons trabalhos autorais. É um compositor antenado, que trata das angústias do cotidiano e questiona a maneira com que levamos a vida. Ao mesmo tempo, exalta a beleza da simplicidade, sem perder o bom humor. Sua música tem muito de MPB, não menos de rock e pitadas de elementos mais modernos, seguindo um caminho particular que lhe confere uma identidade marcante.
A trajetória, no entanto, não é fácil. No contexto em que se encontra, o músico precisa assumir, além das canções, todas as outras responsabilidades que uma carreira artística envolve. É seu próprio empresário, produtor, gerenciador de mídias digitais. A quantidade de shows puramente autorais não é a ideal, já que as oportunidades não são muitas.
É essa necessidade que impulsiona Guilherme a produzir novos materiais sempre que possível. Uma dessas iniciativas tem como gancho o aniversário do seu primeiro disco. Para celebrar a data o músico grava, no fim deste mês, um audiovisual de um pocket show para um grupo de convidados no Silver Tape Studio, em Balneário Camboriú. “É hora de trabalhar um pouco mais esse disco ainda. Mais para frente começo a pensar no próximo”, comenta, já encaminhando os próximos passos na carreira musical.
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