Ymanitu Silva coleciona títulos e, para cada conquista, espalha orgulho para quem acompanha toda a história de superação. Após ficar em cadeira de rodas por um acidente sofrido aqui, se reergueu através de esporte. O tenista de Tijucas superou barreiras, uma por uma. E foi conquistando sonhos que pareciam tão distantes. Depois de ter participado das Paralimpíadas Rio 2016, conquistou a sonhada participação em Roland-Garros. E fez bonito. No último final de semana, Many, que foi o primeiro brasileiro da história a disputar um Grand Slam em cadeira de rodas, jogou a chave de simples e de duplas na categoria Quad em Paris. E voltou de lá com o sonhado troféu.
No sábado, Many perdeu a decisão do terceiro lugar para o japonês Koji Sugeno por 2 sets a 1, com parciais de 3/6, 6/4 e 6/2. Na final de duplas, o australiano Dylan Alcott (campeão de simples) e o norte-americano David Wagner levaram a melhor sobre a parceria Ymanitu/Sugeno com a vitória por duplo 6/3. “Foram dias muito especiais para mim. Fiquei emocionado pelo feito que foi ser vice-campeão de dupla de um Grand Slam. Só de disputar o torneio já é uma sensação única. Além disso, ter a presença do Guga, que é meu ídolo, nos jogos, tentando mostrar os caminhos, foi muito bom”, destacou o tenista paralímpico.
Esta foi a primeira vez que o torneio da categoria Quad foi disputado em Roland-Garros. Oitavo colocado no ranking da ITF, Ymanitu Silva recebeu o Wild Card para participar da competição. Em abril, durante a realização do Roland-Garros Junior Wild Card Series em Itajaí (SC), o presidente da Confederação Brasileira de Tênis (CBT), Rafael Westrupp, entregou um ofício para a Federação Francesa de Tênis (FFT) solicitando um convite para o brasileiro.
A participação de Many em um Grand Slam na categoria é reflexo também do crescimento da modalidade no Brasil, que neste ano foi um dos dois países a ter representantes em todas as categorias (masculino, feminino, quad e júnior) no Mundial por Equipes, em Israel. “Tudo isso que acontece hoje é fruto de um trabalho que a gente plantou a sementinha lá atrás, por isso só tenho a agradecer à CBT, por todo o apoio que dá à minha carreira. Sem esse empenho, sem acreditarem nos meus sonhos, não seria possível", declarou o tenista daqui, que está na briga para encarar sua segunda Paralimpíadas, no ano que vem.
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