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14 de Junho de 2019 - 21:38:56

Viaje pelas lembranças na nossa Festa do Divino

 
 
Quando você sente que pertence a uma comunidade, ações e eventos que são considerados tradicionais sempre irão acender na memória as lembranças de algum momento de sua vida. É assim com a Festa do Divino Espírito Santo de Tijucas para quem é daqui. Pensa aí, quantas histórias (momentos e situações) vem à sua cabeça quando lembra da festa do Divino? 
Desde pequeno envolvido na igreja católica, na Capela Nossa Senhora dos Navegantes (bairro da Praça), ver o cortejo imperial deste ano sair de lá, trouxe à tona milhares de lembranças. Afinal, há 18 anos – quando o império tinha saído de lá pela última vez –, estava entre as crianças e adolescentes da Praça que formaram o cortejo.  
Não haviam sido poucas as vezes que juntara dinheiro (na maioria das vezes, vendendo picolé no verão) para conseguir comprar alguma roupa nova para, bem arrumado, prestigiar a festa tão aguardada pela cidade. Na missa, assistia à entrada do império achando que seria impossível estar entre os membros do cortejo: “deve ser muito caro essas roupas”, pensava. 
Até que em junho do ano 2000 foi anunciado que caberia à Praça organizar o império de 2001. Na época com 12 anos e bem menos de um metro e meio de altura, fui me informar como fazer para participar. Descobri que, se vendesse rifas ao longo do ano em valor suficiente para custear o aluguel da roupa, não precisaria pagar nada. E começava ali a peregrinação com blocos de rifa pelas ruas da Praça. Chegava para oferecer e era atendido com alegria pelos que compravam para ajudar. “Se eu participar, represento todos vocês”, dizia a alguns. E em poucos meses veio a certeza de que tinha conseguido o objetivo. Estaria no cortejo imperial.  
Passados 18 anos, voltam as lembranças: o frio na barriga pelo medo de não participar, a alegria indescritível em conseguir, o nervosismo da prova de roupas e o brilho nos olhos de entrar na igreja ao som da tradicional canção dos “devotos do Divino”. Outras crianças vivem, agora, o que eu vivi. E o ciclo vai continuar. Porque a tradição não morre.
 

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