O Clube 13 de Maio nasceu para que a comunidade negra tivesse onde dançar em Tijucas. Há seis décadas, brancos e negros não podiam dividir o mesmo salão. Em 62 anos de história, o clube viveu tempos áureos e foi quase ao esquecimento. Hoje, o 13 de Maio se reergueu, mas luta para conseguir se manter de pé.
O aposentado Alfredo de Souza, 80 anos, lembra de quando o 13 surgiu. “Era uma alternativa à comunidade negra. Não tínhamos onde dançar. Eu era moleque e espiava os bailes do antigo 4 de maio e também do Tijucas Clube. Mas negro era só do lado de fora”, conta. Segundo ele, o terreno para a construção do clube foi uma doação do político João Bayer Filho. “O primeiro clube era no início da rua 13 de maio, nas proximidades do Posto do Chiquinho. Fazíamos bailes lindos e animados. Dava até gosto”, recorda.
Assim como os negros não frequentavam os clubes dos brancos, os brancos não podiam entrar no 13. “Mas nossas festas foram ganhando fama e todo mundo queria participar”, comenta. Segundo seu Alfredo, a Jovem Guarda serviu para unir as raças. “Todo mundo queria dançar misturado. Me lembro que a primeira vez que pisei no Tijucas Clube, já adulto, foi em uma formatura que dancei com dona Leda Regina, diretora do Cruz e Sousa. Uma honra”.
Hoje, a maior dificuldade do 13 não é unir raças, é ter verba para se manter em pé. “Não temos sócios. O que ganhamos com os aluguéis para festas quase não é suficiente para manter as contas em dia”, afirma o atual presidente, Luciano Murilo. Ele conta que o Clube precisa de uma reforma urgente no telhado. “É um investimento alto. Precisamos de muito apoio e vamos em busca de subvenção para conseguir”, garante.
BAILE PARA AJUDAR
A diretoria do Clube se vira para manter o Clube em pé. “Fizemos mutirão de trabalho e de limpeza. Estamos lutando para conseguir melhorias para tornar o clube mais atrativo e conseguir sócios”, conta Luciano.
O 13 promove três grandes bailes durante o ano. Neste sábado, dia 16, haverá baile de aniversário do Clube 13 de Maio, com a banda Stagium 10, a partir das 23h. Para a reserva de mesas, ligue (48) 9142-9687 ou 9957-6813.
|