A morte de Luiz Henrique da Silveira (PMDB) não entristeceu apenas políticos. Espalhou a sensação de pesar também entre pessoas comuns que, em algum momento, tiveram contato com o ex-governador pelas andanças no Estado. Em Tijucas, além das bandeiras a meio-mastro, a morte de LHS reavivou memórias das passagens dele pela cidade – onde, inclusive, o político deixou uma marca incomum: os pés numa calçada da fama improvisada, no bairro Praça.
Foi em 2004. Luiz Henrique estava no meio do primeiro mandato como governador de Santa Catarina. Líder do PMDB, resolveu vir para Tijucas agitar um dia de campanha do, na época, candidato a prefeito Elmis Mannrich (PMDB). Foi recebido com festa num endereço que já era tido, havia quase duas décadas, como ponto de concentração do PMDB da cidade: na rua 13 de junho, número 182.
“A frente da nossa casa era o lugar do agito. Tinha bandeiraços, concentração antes das festas, saída para o comício e arrastões. Então, preparamos tudo para receber o Luiz Henrique naquela campanha”, recorda a enfermeira aposentada Laura Porcíncula Baixo, 61 anos. A ideia de propor ao governador que colocasse o pé no cimento foi do marido dela, o encanador Vilson José Baixo, 55 anos. “Nos Estados Unidos tem a calçada da fama. Pensei que nós também poderíamos ter uma igual”, argumenta.
E o governador aceitou. Tirou os sapatos, colocou o pé no cimento, escreveu com um palito “viva o PMDB! Viva Tijucas” e assinou. “Ele chegou e colocou o pé no cimento, sem frescuras. A rua toda beijou e abraçou ele. Que homem querido”, lembra Laura. Desde então, o ponto de encontro dos peemedebistas de Tijucas (ou periquitos, como são apelidados na cidade por conta dos materiais de campanha serem voltados para a cor verde) passou a ser chamado de Calçada da Fama. “No nosso talão de água e luz vinha com o endereço de calçada da fama. O nome pegou”, ressalta Vilson.
A MORTE DE LHS
Atualmente, Luiz Henrique da Silveira era senador da República. Estava em Itapema, no último domingo, quando passou mal durante o almoço. Foi levado para Joinville e morreu no hospital, vítima de infarto, às 15h15, aos 75 anos.
Antes de ir para o Senado, Luiz Henrique foi prefeito de Joinville por três mandatos, deputado federal, deputado estadual, Ministro da Ciência e Tecnologia e governador de Santa Catarina por dois mandatos, entre 2003 e 2010. Era o líder do PMDB no Estado.
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