Desde o auge das discussões políticas da última eleição federal, em que muitos assuntos foram colocados de forma extrema pelas duas correntes políticas que permaneciam na disputa polarizada pelo poder, cresceu um argumento pela instalação das “escolas sem partido”. O assunto foi ganhando eco e, quanto mais se falava, mais se “demonizava” os professores, tratando os profissionais como “doutrinadores” – o que validaria o argumento de que seria necessária uma mudança nas escolas, com ênfase a proibições e aos deveres dos educadores.
O assunto certamente deverá entrar em pauta em âmbito nacional. Lá de cima deverão ser definidos os nortes da Educação. Será mesmo que os professores são os doutrinadores ditos por muitos? Será mesmo que os educadores precisam ter taxados e grifados seus deveres – ignorando o real problema que são os deveres e obrigações dos alunos e de seus responsáveis, que acabam por se isentar de qualquer responsabilidade quando o assunto é a educação dos seus filhos?
Não bastasse a previsão de que este assunto polêmico entre em pauta na esfera federal – e que haja possibilidade de que alguns retrocessos e dificuldades aos professores passem a vigorar -, tramita pela Câmara de Vereadores de Tijucas um projeto de lei de autoria da vereadora Fernanda Melo Bayer (MDB), querendo que o município se antecipe às decisões nacionais e institua o “Programa Escolas sem Partido” por aqui. Te pergunto: enquanto estudante, algum professor tentou te doutrinar para seguir uma sigla partidária? Ou apenas te ensinou história? Será que realmente queremos criar uma sociedade que não possa aprender com seus próprios erros?
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