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02 de Novembro de 2018 - 14:21:13

“Eu não cometi crime nenhum”

De acordo com o vice-prefeito de Tijucas, ele e outros quatro militantes do PT não foram presos. Apenas convidados a irem até a delegacia para prestar esclarecimentos
 
 
“Eu não cometi crime nenhum”
“Eu falei para a delegada que, ao contrário do que ela estava computando no flagrante, o panfleto fazia campanha contra o nazismo” 
 
CLÁUDIO EDUARDO DE SOUZA 
 
No último sábado, às vésperas de os brasileiros irem às urnas para eleger o novo presidente da República – e Santa Catarina escolher o novo governador – foi registrado um caso envolvendo possível irregularidade no processo eleitoral em Tijucas. Mesmo faltando horas para encerrar o prazo permitido para entrega de material de campanha impresso nas casas, um grupo, liderado pelo vice-prefeito (também secretário de Obras do município e policiai rodoviário federal aposentado), Adalto Gomes (PT), foi abordado pela Polícia Militar por estar distribuindo um material de campanha que continha uma suástica – símbolo nazista – atrelada à imagem do candidato, posteriormente eleito presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). 
Adalto e mais quatro militantes do PT foram convidados a se encaminharem para a delegacia de Itapema, que estava de plantão, para prestarem esclarecimentos. Um inquérito policial foi instaurado e eles foram liberados para seguir a campanha. Apesar de terem ido até a delegacia com carro próprio e de terem sido liberados após prestarem os depoimentos, foi divulgado que o vice-prefeito de Tijucas havia sido preso por crime eleitoral. A reportagem do DAQUI entrevistou, então, Adalto, para falar sobre o episódio que pode ter manchado o nome dele enquanto figura pública.  
 
DAQUI – Na véspera do segundo turno da eleição, no último sábado, foi publicado em vários veículos de comunicação a notícia de que o vice-prefeito de Tijucas foi preso por crime eleitoral. Afinal, o que realmente aconteceu? O senhor cometeu algum ato ilícito? 
Adalto Gomes – Estávamos na rua do Governo, no centro de Tijucas, conversando com as pessoas, pedindo votos nos últimos momentos em que era permitido pela lei. Pedíamos voto ao governo e presidente da República. Eu não estava no ponto em que aconteceu a abordagem, estava bem mais à frente. Abordaram dizendo que, entre os diversos materiais panfletados por nós, tinha algum que seria irregular. Eu estava com santinhos do candidato Gelson Merísio (PSD) e Fernando Haddad (PT) apenas. Mas fui até o local e ali a Polícia Militar nos convidou para ir até a Polícia Civil de Itapema, onde seriam feitos esclarecimentos para explicar o motivo de um determinado material estar sendo portado por uma das pessoas do grupo. Fomos na Polícia Civil e lá a delegada entendeu de fazer um flagrante porque este suposto material, que estava dentro do carro da polícia quando eu cheguei, estaria fazendo apologia ao nazismo.  
 
DAQUI – Vocês foram conduzidos até a delegacia na viatura da polícia? 
Adalto – Não, nós fomos com nossos carros. Eu falei para o policial militar que estava coordenando o trabalho que eu iria, antes, até o Cartório Eleitoral para saber da juíza de plantão se de fato ela tinha dado essa ordem, porque foi usado o nome dela. E no meio do caminho eles disseram que não, que teria – daí já não era mais convite – de ir até a polícia civil de Itapema, que estava de plantão. E lá a delegada resolveu computar o flagrante como crime por propaganda ao nazismo. Demos nosso depoimento, estávamos em cinco pessoas. Eu falei para a delegada que, ao contrário do que ela estava computando no flagrante, o panfleto fazia campanha contra o nazismo. E não a favor, como ela efetivamente colocou. Retornamos em seguida para Tijucas. Inclusive fiz um vídeo em frente ao supermercado Feliciano, na rua do Governo, onde seguimos o trabalho. 
 
DAQUI – Então na delegacia ficaram apenas o tempo de dar os depoimentos? Não chegaram a ser presos lá? 
Adalto – Nós não fomos presos! 
 
DAQUI – Qual a sequência do processo? 
Adalto – Esse inquérito policial deve andar. Eles terão de fazer mais esclarecimentos para, então, encaminhar para o Ministério Público para que a Promotoria analise se vai denunciar o caso ou não. Agora deve ter a parte em que faremos a nossa defesa. Primeiro eles terão que provar que nós estávamos com esse panfleto. Depois, que este panfleto trazia algum tipo de propaganda do nazismo. E aí eu já posso afirmar que não. Ao contrário. Eu nem sabia que alguém teria este material junto e também tenho dúvidas sobre isso. Mas o material que eu vi e que fotografei dentro do carro da polícia fala contra o nazismo. 
 
DAQUI – Após o ocorrido, a Justiça Eleitoral de Tijucas chegou a se manifestar sobre? 
Adalto – A juíza disse que pediu, sem determinar prisão, que fosse recolhido o material e convite para que as pessoas fossem até a delegacia para fazer os esclarecimentos... Ela fez uma nota para a imprensa, porque teve imprensa marrom que noticiou que eu tinha sido preso por crime eleitoral.  
 
DAQUI – Na questão legal, da parte de vocês, estão apenas aguardando pela sequência do inquérito? 
Adalto – Eu estou tomando as medidas cabíveis. Estou em conversa com o desembargador aposentado Lédio, que irá fazer a defesa e passando todas as informações para que ele possa fazer isso.
 
DAQUI – Afirmando que o referido material apreendido não teria qualquer propaganda ou apologia ao nazismo, por que o senhor acha que este episódio aconteceu? E, sendo o senhor uma figura pública no município, como isto pode manchar seu nome enquanto político? 
Adalto – Eu acho que a imprensa marrom fez um desserviço contra o meu nome. Mas eu estou de consciência tranquila porque não fiz nada de errado. Eu, Adalto, trabalho e luto por uma sociedade justa e que não caminhe pelos rumos do fascismo e do nazismo. Vou continuar esta luta por uma sociedade mais justa. Estou muito tranquilo. Quem falou mal de mim, na imprensa, no futuro terá de colocar uma nota dizendo a verdade. Eu não cometi crime nenhum. Pelo contrário. Deveria estar sendo elogiado por estar lutando contra a injustiça.
 

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