“Eu sempre estive envolvido com a igreja”, recorda o diácono
Juliana Vailati
Vorlei Pereira
Quem é daqui certamente já ouviu falar no seu Jacir. Professor, diácono e homem de família, como ele mesmo se apresenta, Jacir João Tirloni nasceu em Nova Trento, em 19 de setembro de 1942, mas mora em Tijucas há mais de 30 anos. Casado com Neuci e pai de Cláudia, Alessandra e Júnior, seu Jacir está mais “caseiro” ultimamente. Reduziu o ritmo das atividades e aproveita intensamente o carinho que recebe em casa.
A vida deste homem sempre esteve ligada à oração e aos estudos. Quando tinha oito anos, o menino Jacir foi estudar no seminário, em Nova Trento. Desde então, nunca mais abandonou a Igreja Católica. Naquela época, era comum a criança cursar o ensino regular dentro do regime de internato. Assim, praticamente toda a infância e adolescência foram vividas em ambientes eclesiais.
Os caminhos de Deus não o levaram ao sacerdócio, mas seu Jacir continuou rodeado de padres e religiosos. Ao longo do tempo, estudou Matemática, Geografia e Pedagogia e lecionou por mais de duas décadas. E embora o magistério tenha sido a profissão que mais visibilidade deu a ele, professor Jacir também trabalhou no comércio de Brusque e foi vereador em Abelardo Luz.
“Nesse meio tempo entre dar aula, estudar, fiz mais um curso, outro curso... Eu sempre estive envolvido com a igreja”, relembra, com um sorriso aberto. Simpático e cordial, sua casa sempre foi frequentada por padres. Por isso, o convite ao diaconato, no final da década de 90, surgiu naturalmente. “Foi uma alegria para todos nós, porque nos criamos vendo ele dentro da igreja. Era o sonho dele. Só faltava mesmo a estola”, diverte-se a filha Alessandra, fitando o pai com olhar cúmplice.
Seu Jacir fala muito sobre a importância de sua família. Chora ao se lembrar do pai falecido e ao narrar, em detalhes, a infância feliz vivida em Nova Trento. Trata carinhosamente de “amor” a esposa, sua companheira há mais de 50 anos. Menciona com ternura os filhos e o neto, que agora mora fora do Brasil. “Minha família sempre me deu muito apoio em tudo. A Neuci, especialmente, é meu braço direito e me auxilia de uma forma muito bonita”, comenta. Ao que a esposa, sempre ao lado, responde: “Tu que sempre lutaste pela nossa família”.
Daqui alguns dias, seu Jacir completará 76 anos de idade. A saúde já não é mais a mesma, mas a alegria de viver continua estampada em seu olhar acolhedor. Professor Jacir formou muitos alunos. Diácono Jacir batizou muitas crianças e abençoou o matrimônio de muitos tijuquenses. Cheio de histórias para contar, recebe carinhosamente os que o visitam. “Nossa casa sempre esteve cheia de gente”, explica. E, emocionado, reflete: “A vida lá fora é boa, mas o particular, o estar em família, é uma bênção de Deus”.
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