Sempre que falamos em início de campanha eleitoral, logo ouvimos piadas (ou mesmo gente falando a sério) sobre só votar em quem oferecer algo em troca. Não é raro, neste período, começarem as denúncias contra candidatos que são flagrados entregando algo em troca do voto, algum tipo de benefício, caracterizando a compra de voto, que é crime! E aí começamos a falar no quanto é absurdo que políticos tenham essa postura. E realmente é.
No entanto, alguns anos atrás, quando era editor de Política num jornal diário em Itajaí, resolvi fazer uma reportagem diferente. Com material de campanha, como se fosse candidato, acompanhado por uma equipe, saí por algumas ruas da cidade para pedir voto e ver como seria a postura do eleitor ao receber um candidato. A intenção era ver de quem partia a proposta para uma compra/venda de voto. Afinal, se alguém compra é porque tem quem vende.
Não foi grande minha surpresa quando, na abordagem aos eleitores, eu, candidato fake, começava a receber o pedido: “já tenho uma candidata que me deu um poste, mas se tu me deres uma carrada de barro, troco meu voto”, acompanhado da explicação: “é porque tô precisando”. Fica aqui a reflexão: para não dar oportunidade para que corruptos cheguem no poder, não deixemos que eles nos corrompam agora, na hora do voto.
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