CLÁUDIO EDUARDO DE SOUZA
Das secretarias que foram fundidas no início da administração municipal do prefeito Eloi Mariano Rocha (PSD), em Tijucas, apenas a junção das pastas de Administração e de Finanças permanece. E não parece que irá mudar. As secretarias são comandadas por Rosenildo de Amorim, que concedeu entrevista ao Jornal DAQUI para falar sobre os desafios da arrecadação do município.
DAQUI – Apesar de serem duas secretarias complexas, Finanças e Administração continuam com apenas um secretário. Hoje está mais fácil conciliar o comando das duas pastas ou há expectativa de que possam se separar novamente?
Rosenildo – A junção foi um pedido do prefeito por questão de economia. São duas secretarias grandes, não por números de pessoas trabalhando, mas pelo que elas representam para o município. Mas está sendo legal porque conseguimos montar uma equipe muito boa, que consegue tocar os trabalhos, com uma cooperação técnica muito forte. Estamos conseguindo buscar recursos, melhorar a arrecadação. Não que estejamos aumentando alíquota, mas estamos resgatando aquilo que não vinha sendo pago. Nós temos milhões em dívidas ativas, de serviços executados que não foram recebidos. Com o trabalho que estamos fazendo, já vimos obras acontecendo no município com recursos próprios, do contribuinte. As duas secretarias trabalhando juntas fica até melhor.
DAQUI – Algumas obras têm sido feitas com recursos arrecadados do IPTU. Os contribuintes têm pago seus impostos de maneira a permitir que mais obras sejam feitas com estes recursos?
Rosenildo – A gente pode melhorar nisso... E muito. Porque hoje o nosso IPTU é uma das principais fontes. E às vezes fica a desejar por parte do contribuinte. Lançamos este ano em torno de R$ 14 milhões e recebemos em torno de R$ 3,5 milhões. Poderíamos receber muito mais do que está sendo pago. Com esse pouco que já recebemos, conseguimos uma quantidade de benefícios para a comunidade. Imagina se todos pagassem. Além do que, quando a gente faz pavimentações, a gente valoriza o município, o cidadão daquela rua e o imóvel dele. Temos dado oportunidade às pessoas de regularizarem a situação, como é o caso do Refis, que vai até dezembro. O dinheiro que vai entrando, estamos aplicando em obras.
DAQUI – O que tem sido feito para combater a inadimplência e incentivar os contribuintes a pagarem seus impostos em dia?
Rosenildo – Fizemos o Refis e estou pensando em montar uma estratégia para o próximo ano de levar a prefeitura no bairro, em horários especiais, para que o cidadão esteja em casa e possa ir até nós para resolver suas pendências. Porque às vezes a pessoa não consegue vir aqui na prefeitura, mas estando próximo da sua casa ela irá lá para resolver. Porque tem tantos casos de pessoas que estão no SPC, nem sabem da situação, porque a prefeitura não tem como ficar comunicando todo cidadão. Queremos conscientizar os cidadãos da importância de pagar seus impostos em dia. Porque estamos mostrando que todo recurso que entra é para obras, não vai para pagar folha de pagamento... Ponte do Pernambuco, por exemplo, vai ser com recurso próprio. São aproximadamente R$ 5 milhões. Também foi o caso da entrada da cidade e outra infinidade de obras.
DAQUI – Por ser ano de eleições estadual e federal, o município sofre impactos na arrecadação?
Rosenildo – Em termos de arrecadação, nem tanto. O que pode prejudicar são alguns repasses de recursos que neste período fica travado. Já o que está sendo executado, não vejo problema nenhum. Mas em ano de eleição sempre tem restrições, como agora vamos ter que retirar as placas que têm apoio do governo federal e estadual, coisas assim que prejudicam um pouco. Mas não chega a tanto. Antecipamos tudo que foi possível para que não acontecesse nenhuma perda nesse período, porque quando um recurso deixa de vir quem perde é o município, quem perde é o cidadão.
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