Talvez o ponto mais democrático que tenhamos hoje seja o combustível. Atinge todos. Revolta a todos (quando num valor excedente). Ricos e pobres abraçam a mesma causa. Tanto é que, pessoas que durante paralisações em que se luta por direitos trabalhistas ou previdenciários, por exemplo, criticam os manifestantes. Agora, na luta que se espera ter impacto na redução do preço dos combustíveis, todos fazem questão de dizer que apoiam os grevistas.
Se para se aproveitar ou por razões mercadológicas – aí não nos cabe o julgamento, deixemos que órgãos competentes avaliem, fiscalizem e se pronunciem –, quando se cria a sensação de caos com o medo da falta de gasolina, simplesmente alguns postos de combustíveis elevam o preço a valores absurdos. É esta a maneira de tratar o chamado “cliente/amigo”?
Da mesma forma, talvez num ato de medo e desespero de ficar sem o combustível, muitas pessoas se sujeitam a filas gigantescas para pagar o valor considerado abusivo. Reclamam, mas permitem o abastecimento. E pagam por isso. Nestas horas, não podemos permitir que sejamos lesados (caso nos sintamos assim). Temos de gritar pelos nossos direitos, procurar os órgãos competentes e exigir que sejamos tratados de forma justa. O desespero do povo não pode ser objeto de lucro para oportunistas. Sejamos coerentes!
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