Comunidade fez dois protestos esta semana: um com faixas, outro com fogo
Faz dias que a Polícia Militar tem feito ações e divulgado prisões, em Tijucas, focando, principalmente, no combate ao tráfico de drogas. A comunidade do Jardim Progresso (conhecido por muitos como Sem Terra) tem sido um dos principais alvos das ações. Entretanto, a PM tem divulgado também casos em que teriam havido reações e que geraram confrontos, acabando em quatro mortes de jovens ligados ao crime, em menos de um mês.
Na segunda-feira à noite, três dias após a última morte em confronto com a polícia, moradores foram para a entrada do Jardim Progresso com faixas com nome dos que morreram, pedindo justiça e paz. “É só não reagirem armados, a absoluta maioria é presa ilesa”, salientou o major Eder Maciel, que assumiu o comando da PM de Tijucas recentemente. Ele ainda destacou que a revolta dos moradores da comunidade deveria ser direcionada aos traficantes e não aos policiais.
Na quarta-feira, as guarnições do Pelotão de Patrulhamento Tático de Tijucas elaboraram uma nova operação para coibir o tráfico de drogas no Jardim Progresso. Mesmo de farda, utilizaram um veículo descaracterizado, chegaram próximo ao ponto de drogas, quando, em determinado ponto, um traficante parou o veículo dos polícias com arma de fogo em punho. Quando tentou abrir a porta lateral do carro, foi dado ordem de prisão.
“O traficante disparou e foi respondida a injusta agressão, momento que começou uma intensa troca de tiros com outros três armados que estavam próximos a uma betoneira, mas que conseguiram escapar pulando as residências. Porém o que abriu a porta foi perseguido, parando para trocar tiros, sendo atingido fatalmente após a perseguição”, conta o major. Mais tarde, foi identificado que o morto era Alessandro de Souza Bueno, 23 anos. No momento do confronto ele estaria com uma Glock 9 milímetros.
MORADORES COAGIDOS
Na noite da quarta-feira, horas após a morte de Alessandro dentro do Jardim Progresso, moradores interditaram uma das pistas da avenida José Manoel Reis, que passa na frente da comunidade, colocando fogo em objetos no meio da rua. “Os moradores são coagidos de todas as formas, todos os carros estranhos, como visitas, são vistoriados pelos traficantes”, comentou o comandante da PM de Tijucas, que desde que assumiu o posto na cidade, falou que não haveria lugares em que a polícia não entraria. E ressaltando que as operações policiais com apoio de efetivo de outras cidades será constante.
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