Talvez por verem que, vira e mexe, faço postagens nas redes sociais em formato de vídeo – e que não sou alguém que tenha receio em falar em público – nos últimos dias algumas pessoas têm me feito um mesmo pedido: “Cláudio, grava um vídeo e manda para a Globo, respondendo que Brasil tu queres”. Na maioria das vezes, desconversei. Falei: “deixa que outra pessoa grave um vídeo de Tijucas e envie”, como que querendo passar a vez para outro internauta tijucano.
Mas, conforme o pedido se repetia, eu me via pensando ‘o que eu diria, caso gravasse o tal vídeo? Falaria o discurso mais óbvio para nós brasileiros, dadas as últimas circunstâncias, dizendo que o Brasil que eu quero é um país em que não tenha corrupção? Ou que o Brasil que eu quero tem menos ego e mais solidariedade, menos ódio e mais empatia? Ou abordaria algum tema específico daqui?’. Não chegava a qualquer conclusão e não gravava o tal vídeo, solicitado pelos veículos de comunicação associados à Rede Globo.
Até que, no último domingo à tarde, quando passava pela frente da maternidade Chiquinha Gallotti, me vi respondendo mentalmente ‘no Brasil que eu quero, essa maternidade onde nasci não teria fechado as portas. No Brasil que eu quero, a vida das pessoas merece atenção. No Brasil que eu quero, saúde é prioridade’. Tirei o celular do bolso, liguei a câmera na posição horizontal e gravei. Mesmo que ninguém me ouça. Mas eu falei. Eu tentei!
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