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RAIO X
NOME: Eduardo Furtado
IDADE: 63 anos
FORMAÇÃO: Técnico em Contabilidade
CARREIRA: Por 13 anos, foi professor no Ensino Médio de Canelinha. No Município comandou as secretarias de Obras, Saúde e Educação. Exerce o terceiro mandato como vereador e, pela segunda vez, é o presidente da Câmara.
Atualmente, Eduardo Furtado (PP) está no terceiro mandato como vereador de Canelinha. Ele é o presidente do Legislativo. Em entrevista ao jornal DAQUI, Eduardo avalia a relação entre as bancadas governista e de oposição e, ao contrário de outros vereadores, não reclama das vezes em que a prefeitura não atende pedidos dos parlamentares. Acha que cabe ao Executivo administrar o Município. Além de confirmar o desejo de poder concorrer a prefeito, Eduardo – que é da mesma sigla que o atual prefeito, Antônio da Silva (PP), que não pode ir à reeleição por estar no segundo mandato consecutivo – já adianta que não será mais candidato a vereador.
DAQUI – Como é presidir um parlamento composto por bancadas de situação e oposição tão polarizada? É fácil administrar os ânimos?
Eduardo – Eu acredito que, neste momento, a situação esteja amena, tendo em vista que ainda não chegamos no ano eleitoral. Estamos em ano de vésperas e os ânimos ainda não estão tão exaltados. Acredito que, para o próximo ano, apesar das eleições que escolherão o novo prefeito de Canelinha, confio que teremos uma Câmara de Vereadores bastante contida. Principalmente porque a lei eleitoral inibe as grandes exaltações. E tenho feito, nesta oportunidade, uma política de aproximação com a oposição para evitar o acirramento dos ânimos.
DAQUI – Hoje qual é o maior desafio da Câmara de Vereadores de Canelinha?
Eduardo – Eu acho que não só da Câmara de Vereadores de Canelinha, mas de todas do Brasil, tendo em vista a situação da economia brasileira e, por consequência, a arrecadação dos órgãos públicos... O desafio é administrar um orçamento minguado, com tendência de ficar ainda menor por causa da redução da arrecadação das prefeituras. Automaticamente, o orçamento das Câmaras também reduzem. E as despesas de um Legislativo de município pequeno, como de Canelinha, são fixas e, apesar de termos um quadro de funcionários bem enxuto – tocamos a Câmara com cinco servidores efetivos -, o orçamento também é bastante enxuto. E adequar o orçamento minguado às despesas é uma dificuldade para qualquer mesa diretora.
DAQUI – Canelinha tem problemas que não competem diretamente ao Município, mas sim ao Estado, como é o caso da rodovia SC-410. Como os vereadores podem ajudar nestes casos?
Eduardo – No passado, participamos de uma audiência pública na Câmara de Vereadores de Tijucas, na época proposta pelo vereador Adalto Gomes (PT), tratando da SC-410. Agora está para ser realizada a revitalização da rodovia, mas vejo que o Estado não está dando atenção necessária para uma via tão movimentada e tão importante. Nós temos, no Vale do Rio Tijucas, inúmeras empresas. E temos também a preocupação com o turismo religioso de Nova Trento. Isso aumenta a circulação de veículos, principalmente nos finais de semana. E precisamos ter uma rodovia que comporte esse tráfego sem maiores dificuldades. Mas vejo, pelo orçamento apresentado para a revitalização do trecho de Tijucas a Nova Trento da SC-410, num valor aproximado de R$ 5 milhões, que muita coisa não poderá ser feito. Pretendo propor uma nova audiência pública para verificar o que foi contemplado neste projeto de revitalização em relação às solicitações já feitas naquela audiência. Num trecho de uns 35 quilômetros, com R$ 5 milhões vão recapear o asfalto, melhorar um pouquinho o acostamento e nada mais. E não é isso que nós precisamos. E não é só a SC-410. Nós temos batalhado pela SC-409, que liga Canelinha a Brusque, via Moura. Foi elaborado projeto e agora teremos a tarefa de conseguir recursos para que a obra seja realizada. O orçamento é de aproximadamente R$ 13 milhões.
DAQUI – A relação entre os poderes Executivo e Legislativo tem sido uma reclamação comum dos vereadores da região. Em Canelinha, os parlamentares têm os seus pedidos atendidos pela prefeitura?
Eduardo – Eu quero acreditar que não. Seria a Câmara agindo no Executivo e fazendo aquilo apenas que os vereadores desejam. É muito fácil solicitar. Difícil é fazer! E as necessidades do Executivo, somente o Executivo sabe. O Legislativo não tem conhecimento total da real situação da administração municipal. Seria muito fácil, todo município seria um mar de rosas se o Executivo tivesse condições de realizar tudo que o Legislativo pede. Mas, ainda assim, temos uma boa relação entre os poderes. E deste bom relacionamento, quem ganha é a população.
DAQUI – Em entrevista ao jornal DAQUI, o prefeito Antônio da Silva (PP) fez uma lista de possíveis sucessores dele para comandar o Executivo. O nome do senhor estava entre eles. Ser prefeito está nos seus planos?
Eduardo – Na última convenção do Partido Progressista eu me citei como um dos pré-candidatos. Meu nome está à disposição do partido para compor, tendo em vista que não pretendo mais concorrer a vereador. Isto já está decidido. E sempre digo que todo político pretende administrar o seu município. Porque administrar o seu município significa estar junto à sua população, ao seu povo, à sua gente. E, logicamente, como me considero, apesar de político de pequeno porte, tenho a pretensão, o desejo, a vontade de ser prefeito. Mas isso só o futuro que irá dizer e o partido que irá definir.
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