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CLÁUDIO EDUARDO DE SOUZA
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Neide Maria Reis assumiu o comando da secretaria de Educação de Tijucas no início do ano passado, junto com a atual administração municipal. Desde então, tem procurado atender as demandas da comunidade e as expectativas do município, que elegeu um prefeito professor. Em entrevista ao DAQUI ela fala sobre os desafios e planos para fazer uma gestão diferente no comando da pasta. Em pauta, assuntos que geraram polêmica nos últimos anos, como a gratuidade do transporte universitário, demanda por vagas nas creches, problemas nas estruturas das escolas e aplicação do Plano de Carreira do Magistério.
DAQUI – Uma dificuldade em Tijucas – e que é comum em muitos municípios – é a falta de vagas em creches. No passado, chegou a ter decisão judicial determinando que o Município criasse mais vagas. Hoje, este é um problema superado?
Neide – Qual é o procedimento de inscrição para creche? Uma família, quando a mulher está grávida, já na gravidez deveria vir e fazer a inscrição para a creche. Ela faz esta inscrição e vai entrar para a fila. Porque bebê nasce todo dia. Nós conseguimos zerar da faixa etária de dois anos até os anos iniciais. Mas o berçário, nós nunca vamos conseguir zerar. Nós podemos zerar um dia, mas amanhã já tem outro bebê esperando. O município, por muitos anos, não se preparou estruturalmente para receber esta demanda que temos hoje. Não é um déficit atual. É um déficit histórico. Você não vai conseguir vencer, porque a gente não inaugura todo ano uma creche. Estamos fazendo um trabalho de fiscalização. O que temos feito? A criança tem direito a meio período. Mas uma boa parte dos pais trabalha o dia inteiro e, por isso, precisa da vaga integral. Então nós ligamos para a empresa, conferimos. Quando é emprego informal, vamos até a casa da pessoa, fiscalizamos, pedimos contrato de trabalho (quando não há, pedimos uma declaração da pessoa de que trabalha), vamos sempre atrás da confirmação. Caso ela não esteja trabalhando ou esteja omitindo informações, nós chamamos os pais e convidamos eles a escolherem qual período é mais necessário para eles que a criança esteja na creche, para tirarmos a criança daquele meio período e chamar outra. Nessa supervisão que temos feito, temos conseguido muitas novas vagas integrais.
DAQUI – Tão logo a atual gestão assumiu, a Secretaria de Educação enfrentou um problema por conta do transporte universitário. Qual a atual situação? Será mantida a gratuidade àqueles que já recebem 100% do transporte?
Neide – Na realidade, permaneceu como estava anteriormente. Quem tinha para Brusque, permanece 100%. Para Balneário e Itajaí noturno, também 100%. E para as outras áreas, o reembolso de 50%.
DAQUI – Fazer Educação hoje é, também, se renovar. A prefeitura anunciou recentemente o início de aulas de inglês para as crianças da rede municipal. Há mais novidades a serem implantadas?
Neide – Na programação do ano, uma das coisas que eu acho importante é a informação. E ela tem que estar presente na Educação. Qual foi o nosso primeiro ato, este ano, referente aos professores? Contratamos a Universidade do Vale do Itajaí para fazer a capacitação de todo corpo docente efetivo e daqueles que estavam por conta da colônia de férias, recebendo a formação continuada de 20 horas. No meio do ano terão mais 20 e no desenrolar do ano nós também iremos fazer com os auxiliares de sala, com os antigos monitores que ficaram... Fizemos recentemente para as merendeiras e continuaremos fazendo, sobre cozinha funcional. E também vamos fazer com os nossos estagiários da Educação. Em relação às aulinhas de inglês, nós começamos lá no primeiro ano. Pela norma da Base Comum Curricular Nacional, o Município tem que oferecer o inglês a partir do sexto ano. Mas nós passamos para o primeiro ano, porque partimos do princípio de que é preciso ter a base desde cedo. Outra novidade que fizemos foi a Educação Física na Educação Infantil. Desde o berçário, as crianças já recebem a parte de estímulo à corporeidade desde os primeiros anos de vida. Começamos ano passado com um plano piloto de uma horta orgânica em uma escola e, este ano, vamos fazer em mais quatro escolas: Ondina Maria Dias, Walter Vicente Gomes, Santa Terezinha e Manoel dos Anjos, que são as quatro maiores. Dando certo, temos planos de colocar esta horta em todo o município.
DAQUI – Um problema comum é a questão da manutenção das estruturas das creches e escolas. Qual a atual situação das unidades?
Neide – Desde que assumimos, vimos a situação das estruturas das escolas e começamos a trabalhar nisto. Orçamos e procuramos, este ano, junto com o Ministério da Educação, solicitar reformas e ampliação para a escola Ondina Maria Dias. Recentemente ganhamos emenda parlamentar do deputado João Amin (PP) para reforma da Brilho do Sol, também estamos aguardando entrar a emenda do Serafim Venzon (PSDB) e uma da deputada Ada de Luca (MDB) para a escola Maria Helena Machado. Em cima destas emendas, já fizemos planejamento para a parte de estrutura física com a engenharia da prefeitura. Só estamos aguardando recurso para começar. Quanto à questão da Ondina, da Walter Vicente Gomes, que são duas escolas que dependem de reforma e até ampliação, temos que realmente aguardar recurso federal porque não é com R$ 100 mil que se vai fazer isto. É preciso mais do que trocar lâmpada, vidro quebrado, grades destruídas... A parte de manutenção temos conseguido fazer com recurso próprio, mas as coisas maiores não conseguimos. Recentemente reformamos toda a parte elétrica da escola Manoel dos Anjos. No Morretes, reformamos a escola toda. Só falta o muro, mas já vamos fazer licitação para isto, porque é uma escola que
fica na beira da BR-101. Tudo com recursos próprios. O Cirandinha, com ajuda da comunidade da Itinga, também foi feito, com material que nós demos. Hoje, ainda precisa ser revisto, e está no nosso planejamento, é o ginásio de esportes da Praça, que não é só da escola, como também da comunidade. Vamos reformar, mas não é barato. Estamos trocando todas as caixas d’água das escolas, que eram tudo de amianto – só de três escolas eram de fibra. Há muitas coisas para fazer nas escolas. Nós estamos mantendo aquilo que já fizemos e estamos conseguindo deixar as escolas com ambientes agradáveis para as crianças. Vamos pensar nas estruturas da informática também, trocando os computadores que não servem mais para uso. Chega das crianças só terem quadro e giz! Já as creches do município estão todas com estruturas ótimas, excelentes.
DAQUI – Final da gestão passada foi aprovado um Plano de Carreira do Magistério. Este plano está sendo cumprido? Ele contempla todas as necessidades apresentadas pelos profissionais da Educação?
Neide – O Plano já tem dois anos. E depois de dois anos ele pode ter algumas reformas. Já se pensa e já tem movimento para, realmente, verificar algumas situações que estão dentro do Plano e que não se aplicaram. Então pode ser feito revisão, sim. Ele está funcionando plenamente, porque é a lei que rege o Magistério. Recentemente, através dela, proporcionamos alteração de carga horária de profissionais do Ensino Fundamental II, nas áreas de Educação Física, Inglês, Português, Matemática... Alteramos a carga horária deles. E, por conta disso, todos os que tinham direito, já saíram de 20h e, agora, são nossos funcionários de 40 horas. As vagas excedentes ficaram para o próximo concurso público.
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