A notícia que ecoou ontem, durante todo o dia, foi de pesar. Não foi aqui perto. Foi lá no Rio de Janeiro. Mas, interfere aqui – ou em todo lugar que tenha a preocupação de que, em algum momento, voltem a atentar contra a nossa liberdade de expressão. Foi executada uma vereadora que lutava pelas minorias e, recentemente, vinha denunciando abuso de poder na Intervenção Militar nos morros cariocas. Além dela, morreu também o motorista que dirigia o carro em que ela estava no banco de trás.
Temos visto os discursos de ódio aumentando... Crescem os adeptos ao discurso do “bandido bom é bandido morto", os que querem uma população armada e uma liberdade de expressão "limitada”. A morte de Marielle Franco - quinta vereadora mais votada do Rio de Janeiro - demonstra que, vozes que se erguem pelas minorias podem, a qualquer momento, ser caladas.
Não podemos, nós, que ainda acreditamos no bem e na evolução do ser humano, permitir que nos silenciem. Sejamos todos “Marielles”. Com atos, debates e coragem de quem demonstrou ser aquele “POLÍTICO BOM” que tanto dizemos ser raro e que tratamos como utopia, Marielle se foi - justamente após denunciar crimes contra uma minoria, que vive marginalizada e julgada pelos que só olham os morros à distância.
Não permitamos que o discurso de ódio aumente e que, em breve, defendam também que “político bom é político morto”. O passado já passou! Não podemos voltar aos Anos de Chumbo... Que não sejamos as próximas vítimas e que nossa liberdade de expressão jamais seja maculada.
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