A faixa inaugural deveria ter sido cortada em junho do ano passado. Isto se tudo tivesse saído conforme o planejado. Mas, além do atraso na obra, faz seis meses que ninguém mais trabalha na construção de uma creche na rua Bem-te-vi, no bairro Praça, em Tijucas. A edificação inacabada está abandonada e, segundo os moradores da vizinhança, tem servido para abrigar usuários de drogas durante a noite.
“Os pedreiros nos disseram que saíram porque não estavam recebendo. Pegaram caminhões, recolheram todos os materiais e foram”, conta o vizinho da frente da creche, o vendedor Tony Vicente, 32 anos. Ele mora na rua Bem-te-vi há oito anos. Diz que era um local bem tranquilo. “Isso aqui virou um perigo. Se eles não têm competência para resolver a situação, então que derrubem. Toda noite tem movimentação de gente ali dentro, um monte de maconheiros fazendo bagunça”, ressalta.
Apesar de estar inacabada, a creche já tem até nome: Centro de Educação Infantil Zilda Maria Peixer – e, pelo projeto, deveria ter 1.118m² de área construída e capacidade de atendimento para 240 alunos, de 4 meses a 5 anos de idade. O valor da obra, que começou a ser executada em setembro de 2013, é de quase R$ 1,5 milhão. “Sabemos que estão devendo vagas nas creches para as crianças e deixam uma creche em construção abandonada, o mínimo que tem que acontecer é o poder público dar uma explicação para o povo”, desabafa Tony.
QUAL A EXPLICAÇÃO?
A prefeitura de Tijucas se manifestou sobre o assunto, em nota. “A empresa alega que, pelo valor da proposta, não consegue continuar o contrato e pediu rescisão amigável do mesmo. A administração negou o pedido de rescisão, já que a empresa não conseguiu comprovar o que alegava. Foi instaurado um processo administrativo solicitando que a empresa retome os serviços, visto que, se não retornar, a administração tem o direito de aplicar as devidas penalidades”, informou, ainda sem revelar novos prazos para que as obras sejam retomadas.
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